Páginas

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Anti social

Essa semana minha psicóloga me pediu pra pensar sobre o por que de eu ser tão anti social. Acho que eu acabei de descobrir um dos motivos: quando eu considero alguém um amigo esse alguém geralmente não me considera de volta e depois de um tempo eu percebo que eram só colegas.

Ao longo desses meus 21 anos eu fui cansando disso. E levando em consideração que a minha idade mental é de 80 anos, minha paciência pra esse tipo de coisa já está próxima de zero. Então se eu percebo que algum "amigo" não se importa muito com a amizade, eu só deixo pra lá, sem correr atrás nem nada. Pra evitar aborrecimentos eu já nem me aproximo tanto das pessoas e a consequencia disso hoje é o meu comportamento anti social. Acho que aprendi com o Holden.

Aliás, se eu for me aprofundar na questão, esse meu personagem favorito me proporcionou uma visão de mundo que, nesta era de poucos leitores, poucos compartilham comigo. Aí além de não saber fazer amigos, não sei mantê-los, pois geralmente me faltam assuntos socialmente aceitáveis e interessantes para os demais seres humanos.

Podemos somar, ainda, a minha preguiça do mundo (que já dissertei sobre por aqui) e também todas as merdas que já passei na vida, todas elas envolvendo pessoas e que me causaram um certo receio de me aproximar de outras pessoas e talvez, só talvez eu seja uma pessoa traumatizada que prefere não ter contato com muitas pessoas porque não aguenta mais se aborrecer.

Minha amizade mais duradoura durou uns dez anos. Depois ela arrumou gente mais interessante pra andar. E nessa época minha idade mental já estava nos 78 anos, então eu não corri atrás. Mas eu não fiquei triste, interpretei mais como um rumo natural da vida. Se um dia ela quiser voltar estarei por aqui ainda - talvez um pouco mais velha.