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sábado, 28 de abril de 2012

Vocês gostam de respirar?

Que parece que o Brasil não tá nem aí para as florestas não é novidade (né, Dilma?).
Mas por mais que pareça que nós - parte esclarecida da população que se importa com as florestas e é contra o desmatamento - somos incapazes de fazer algo, não é bem assim.

O Greenpeace lançou mais uma campanha contra o desmatamento, dessa vez a ideia é levar ao Congresso uma lei popular exigindo desmatamento zero. São necessárias 1 milhão e 400 mil assinaturas de eleitores para a lei ser aceita pelo Congresso. Fica fácil conseguir esse número de assinaturas se todo mundo assinar e ajudar a divulgar a campanha.

Por que assinar?
Se você é contra o desmatamento, assine.
Se você não sabe muito bem o que isso quer dizer, eu explico: as florestas ajudam a equilibrar a natureza. Sem florestas, sem equilíbrio. Sem equilíbrio acontecem catástrofes naturais, e cada vez mais vão existir aqueles dias de "tempo louco". E daí? E daí que catástrofes naturais causam mortes, atrapalham a vida das pessoas, dificultam a distribuição de energia elétrica por dias (imagina ficar sem internet porque resolveram desmatar a Amazônia? Chato, né?), dificultam também o acesso à água potável (o que significa, além de morrer de sede, nada de banho...), ou seja, é melhor deixar tudo em equilíbrio, não é mesmo?

Se quiser ler o projeto de lei, clique aqui.
Se quiser saber mais sobre a Liga das Florestas, clique aqui.

Pra facilitar a sua vida eu até coloquei o quadrinho aqui embaixo pra assinar! Não tem desculpa.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Eu sou quase um paradoxo

Desde que aprendi a pensar por conta própria e desenvolver meu senso crítico e opiniões próprias digo que não gosto da escola. Não concordo com o sistema educacional e não acho que escola seja um mal necessário.. Acho que escola é apenas um mal - só isso.

Mas dado o mundo em que vivemos e as circunstâncias impostas para se obter "sucesso na vida" sou obrigada a seguir o protocolo. Passei boa parte do meu tempo no ensino médio torcendo pra que acabasse logo - e finalmente acabou. Enfrentei alguns meses de dúvidas, pensando em parar de estudar e tomar um rumo diferente na vida. Eu simplesmente não me encaixava - e ainda não me encaixo - nesse sistema "educacional". Sempre fui um pouco descrente do mundo.

Eis que terminei o ensino médio e entrei na faculdade. O que me ajudou a tomar a decisão de seguir em frente? Meu livro preferido, oras. Não há livro que eu me identifique mais do que O Apanhador no Campo de Centeio. As ideias de Holden Caulfield parecem ditas por mim e eu me identificava com o momento do personagem. Eu me casaria com Holden se ele fosse real, no duro.

Bom, continuando, em uma certa parte do livro, Holden recebe conselhos do Professor Antolini, que diz o seguinte: "Entre outras coisas, você vai descobrir que não é a primeira pessoa a ficar confusa e assustada, e até enojada, pelo comportamento humano. Você não está de maneira nenhuma sozinho nesse terreno, e se sentirá estimulado e entusiasmado quando souber disso. Muitos homens, muitos mesmo, enfrentaram os mesmos problemas morais e espirituais que você está enfrentando agora. Felizmente, alguns deles guardaram um registro de seus problemas. Você aprenderá com eles, se quiser. Da mesma forma que, algum dia, se você tiver alguma coisa a oferecer, alguém irá aprender alguma coisa de você. É um belo arranjo recíproco. E não é instrução. É história. É poesia."

O livro parecia me entender.

"Há outra coisa que uma educação acadêmica poderá proporcionar a você. Se você prosseguir nela por um tempo razoável, ela acabará lhe dando uma ideia das dimensões da sua mente. Do que ela comporta e, talvez, do que ela não comporta. Depois de algum tempo, você vai ter uma ideia do tipo de pensamento que sua mente deve abrigar. A vantagem disso é que talvez lhe poupe uma enormidade de tempo, que você perderia experimentando ideias que não se ajustam a você, não combinam com você. Você começará a conhecer as suas medidas exatas, e vestirá sua mente de acordo com elas."

É claro que levei um tempo pra ter coragem de continuar. Foram muitos dias - meses - me acostumando com a ideia de não abandonar a escola, entrar na faculdade e seguir minha vida moldando minha mente. Ainda é difícil aceitar certas coisas e ainda procuro alguém que me ajude a entendê-las. Mas sigo meu caminho... sempre procurando a way out.

Termino esse post fazendo minhas algumas palavras de Holden - sobre se ele iria se esforçar nos estudos, pergunta que ouvi muito quando tomei minha decisão de continuar "mesmo sem a mínima vontade" - no último capítulo do livro: "... isso é o tipo de pergunta imbecil. Quer dizer, como é que a gente pode saber o que é que vai fazer, até a hora que faz o troço? A resposta é: não sei. Acho que vou, mas como é que eu posso saber? Juro que é uma pergunta cretina."

sábado, 7 de abril de 2012

Jogos Vorazes X BBB

Domingo passado assisti Jogos Vorazes. Admito que o fato de to-do-mun-do ficar falando desse filme não era bem uma motivação pra eu querer assistir o primeiro filme da saga, mas dado o convite "vamos ao cinema?" e a programação que aquele horário permitia, acabei tendo a sorte de assistir a sessão legendada, mas também devo admitir que o melhor foi quando terminou o filme... enfim.

Durante o filme eu não pude deixar de estabelecer uma relação entre Jogos Vorazes e Big Brother Brasil. Eu assistiria BBB se os participantes entrassem na casa com o único objetivo de saírem de lá vivos... convenhamos, seria muito mais admirável lutar pela própria vida na casa do que ficar na piscina o dia todo, não?

Jogos Vorazes é um Big Brother com violência mais sugerida do que mostrada, em que adolescentes são convocados contra sua vontade a... morrer. O sucesso do filme, acredito eu, se deve pelo romancezinho falso que acontece entre Katniss e Peeta e também porque (quase) todo mundo adora ver gente se matando, não é mesmo?

Em Jogos Vorazes, as pessoas não gostam dos habitantes do distritos, existe um certo preconceito com a pobreza dos "mineradores". No "reality" show não tem como engolir nenhum dos participantes. Eis mais uma comparação: a morte dos personagens durante os jogos não faz diferença para a população alienada da capital fictícia do filme. A morte dos participantes superficiais, irritantes e promíscuos do BBB seria igualmente indiferente, embora um pouco repudiada pela nossa sociedade alienada atual, mais preocupada com as picuinhas dentro da casa.

Os espectadores dos jogos são o principal motivo de sua existência, do mesmo modo que a audiência do BBB é a principal culpada pela futura 13ª edição do programa mais inútil já inventado.

Dizem que BBB é um jogo. Então que comecem os jogos... "e que a sorte esteja sempre ao seu lado".