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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Tá travando, precisamos reiniciar.

Eu não sei por onde começar. Então vou começar dizendo que ano passado, 1,6 milhão de crianças e adolescentes abandonaram a escola. Desses, cerca de 800 mil eram do ensino médio. A maior parte na faixa dos 15 aos 17 anos. A maioria da rede pública, de baixa renda, que precisam trabalhar e já tem famílias sem estudo. Mas essa justificativa não justifica nada. Pouquíssimos estudantes abandonariam os estudos se tivessem algum tipo de perspectiva dentro deles. Se a escola entendesse a atendesse aos anseios e às necessidades desses alunos.

A função do ensino médio atualmente é apenas preparar para o vestibular. Sabe o que isso acrescenta na vida de uma pessoa? Nada. Muitos estudantes deixam de estudar e os que ficam não demonstram interesse em continuar. Justamente por essa falta de perspectiva. Não existe uma preparação para o mercado de trabalho antes da faculdade, não existe alguém que explique como a vida funciona, não existe ninguém capaz de responder à frequente pergunta: "o que eu tô fazendo aqui?".

E aí eles perdem o interesse.

Existem várias teorias sobre como arrumar isso. Mas o índice de abandono dos estudos faz parte de um problema muito maior: A escola é atrasada. O mundo evoluiu, mas a escola não. Desde sua fundação o sistema é o mesmo. Professores em pé falando, alunos sentados escutando, inúmeras matérias, um sistema de avaliação nada eficiente e ninguém foi capaz de fazer algo útil para arrumar, ou ao menos contestar, tudo isso.

É preciso despertar o interesse dos alunos por meio da interação. Você sabe por que um adolescente prefere ficar no celular durante a aula do que prestando atenção à ela? Porque o celular oferece interação, inúmeras informações e entretenimento - e não encontramos nada disso numa sala de aula.

É preciso despertar o interesse dos alunos pela descoberta, pela busca de algo novo. É preciso que professores e alunos sejam parceiros, que as carteiras sejam extintas da sala de aula e deem lugar a um ambiente interativo, interessante a atraente. Que projetos sejam propostos, que perguntas sejam respondidas através da curiosidade, que a escola ofereça aulas em que os alunos possam aprender física cozinhando ou construindo algo, que a sala de aula não exista mais e que a escola deixe de ser um ambiente tedioso onde os alunos vão "por obrigação".

Que isso se estenda ao ensino superior. E que a criatividade seja permitida e não aniquilada, como acontece hoje.

Por isso decidi iniciar um projeto sobre como a educação pode ser reformulada a ponto de realmente formar cidadãos e não apenas robôs entediados, sem perspectiva, e gerar interesse para que adolescentes possam se tornar pessoas melhores, profissionais preparados e seres humanos exemplares. Um pouco utópico, mas nada é impossível.

Que este post tenha inspirado você, leitor, e despertado sua imaginação e criatividade. Se você tiver ideias para contribuir, por favor comente.