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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O que acontece depois dos 16

Não que eu tenha muita idade pra falar sobre o assunto, mas quero falar sobre como eu me sinto.

Uma coisa que ninguém diz sobre crescer, é que quanto mais velho a gente fica, mais sozinho se sente.
Você sai da escola, entra na faculdade, conhece várias pessoas, mas é cada vez mais raro algum deles se tornar amigo pra vida toda. Você vai percebendo com o tempo que a maioria das amizades é superficial e pode passar meses conversando com uma pessoa todos os dias sem nem saber que ela tem um cachorro e que a cor favorita dela é verde.

Cada vez mais as coisas perdem o sentido e você vai se deixando ser direcionado pra onde querem que você vá. Aqueles sonhos de mudar o mundo começam a virar só uma lembrança e mesmo no meio daquele medo de se esquecer quem se é, você acaba se perdendo de si mesmo.

É daí, creio eu, que vêm as frustrações, as irritações e as perguntas de "o que eu tô fazendo aqui?" que posteriormente se tornam "o que eu fiz com a minha vida?".

Eu não quero ser assim, luto todos os dias pra não me perder dos meu ideais, mas estou sendo empurrada pra esse destino tão certo quanto a morte. Tudo começa com uma desmotivação e quando eu vejo já estou mendigando, implorando por uma simples conversa no ônibus ou na fila do pão:

- O tempo tá bom hoje, né
- É, mas já já chove

Pra não dizer que estou completamente perdida, posso dizer que em alguns momentos me encontro. Como hoje, na volta pra casa, encontrei uma pétala de flor no banco do ônibus. Peguei a pétala e coloquei na janela, para dar mais vida à paisagem cinza de São Paulo. Então resolvi criar uma outra paisagem, e aquela era eu. Minha visão. Eu.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Um trocado, por favor?

Quero começar este post salientando a importância de sempre ter um "trocado pro ônibus" no bolso. Isso evita caminhadas debaixo de um sol escaldante ou chuva por alguns km. Foi o caso de um amigo hoje, que sem trocado, andou cerca de 5km:

- Ter sempre um trocado no bolso tá no Manual de Sobrevivência, colega. É tipo a teoria darvinista aplicada à cidade grande.
- A sobrevivência do mais forte?
- Adaptação.

Adoro aplicar e criar novas teorias em diferentes situações, isso ajuda a exercitar meu cérebro, já que na faculdade não deixam.

Estapear a sociedade é um dos meus passatempos preferidos. Sempre sei que consegui alfinetá-la quando ela levanta e me dá um murro de volta. Ela é muito ignorante, não aceita opiniões diferentes... deve ser algum complexo de inferioridade, já que ela não lida muito bem com críticas e precisa diminuir os outros pra se sentir maior.

De qualquer forma, agora a Sociedade me colocou de castigo, o que não me faz criticá-la menos, muito pelo contrário. Ela castiga quem ousa pensar fora da caixa, o que não é de todo ruim, é apenas um indicativo de inteligência, da qual precisamos para sobreviver nessa selva.

Se eu pudesse dar uma dica para quem quiser ler, seria: não siga a maioria. A sociedade hoje está distorcida, talvez meio gagá. Não vale a pena perder tempo com os dejetos ideológicos pregados por aí. Observe, entenda e depois critique, conteste, combata.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Mil tretas

Devo começar dizendo que o título do post é uma homenagem à uma amiga que há tempos eu não via, e acabei reencontrando hoje em meio ao caos.

Manhã:

Meu dia já começou meio torto, com olho irritado e sem encaixe de emergência no consultório.
Parti, então, rumo à minha rotina de sempre, seguindo para o ponto de ônibus e chegando lá minutos depois de ele ter passado. Eu geralmente esperaria pelo próximo ônibus, ao meio dia, mas visto que havia um trabalho a ser entregue na primeira aula, decidi pegar um ônibus até o metrô mais próximo e de lá seguir até a faculdade. E foi assim que começou a minha segunda feira:

- Aqui já é o ponto final
- Ué, mas cadê o metrô?
- Ah, segue naquela rua ali até o final e vira a esquerda

Nesse momento percebi que só tinha R$3,50 no bolso. Posso não ser muito boa em matemática, mas seguindo a lógica mastercard, aqui segue o problema: Nicole tem três reais e cinquenta centavos no bolso. Bilhete de metrô: três reais. Passagem de ônibus do metrô até a universidade: três reais. Andar dois km debaixo de um sol escaldante por não ter dinheiro suficiente: não tem preço.

Inconformada com a situação e morrendo de dor no rim (me recuso a explicar), saí do metrô em busca de um banco no centro de São Paulo. Tirei dinheiro e peguei um táxi, por não querer chegar tão atrasada para a apresentação de meu adorável trabalho e não aguentar mais andar.

Tarde:

Chegada a esperada hora de ir embora, depois de uma chuva incrivelmente forte, estava eu no ponto de ônibus. Mal sabia eu que, durante a tempestade, algumas árvores cairam... e que esse seria o detalhe crucial para dar continuidade ao dia da lei de murphy.

- Parece que caiu uma árvore lá em cima e a CET tá desviando os ônibus, não vai passar mais ônibus nessa rua.

Uma hora e meia de espera e dois ônibus lotados que não conseguíamos entrar depois, nosso grupo já totalizava oito pessoas decididas a percorrer o longo caminho até o metrô em meio ao trânsito caótico instaurado na capital paulista naquele início de noite. No trajeto encontrei a amiga homenageada e agora estávamos em dez pessoas, o suficiente para chegarmos vivas e intactas a algum lugar mais próximo de casa.

- Linha amarela ou vermelha?
- A vermelha sempre dá problema e parece que a amarela tá mais tranquila agora...
- Véi, precisamos de uma foto desse dia!

Pra resumir e me poupar palavras... arredondando:
Horário de chegada no ponto de ônibus: 17h25
Horário de chegada em casa: 21h00

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Time to change

Essa semana retomei a rotina e isso me deixou literalmente doente (não entrarei em detalhes). No primeiro dia de volta à faculdade eu já tive vontade de trancar o curso pelo simples motivo de eu realmente não conseguir me conformar com a fórmula ultrapassada de ensino.

Eu explico: Uma faculdade que se denomina uma das melhores do país, com o intuito de formar futuros profissionais e que preza por uma certa qualidade de "ensino" não deveria se ater ao modelo alunos-sentados-e-professores-falando. Eu curso publicidade e propaganda e minha ideia de como as coisas deveriam ser diferem - e muito - de como as coisas são. Um exemplo rápido:

Como é: matérias teóricas. Teoria, muita teoria. Transformam até a prática em teoria. Alguns exercícios pouco eficazes e trabalhos idem. Chatice eterna.

Como deveria ser (pelo menos para o meu curso): Cada turma poderia ser transformada em uma agência, ou setor de uma, e aprenderíamos, na prática, como é o dia-a-dia de um publicitário. Sem dúvida sairíamos da faculdade bem mais preparados para exercer a profissão.

Esse negócio de textos para ler para a próxima aula e trabalhinhos pra "aquecer" me tiram do sério. Tô cansada de não ver o propósito em aprender e fazer certas coisas. O conteúdo que eu vi na escola já está provado ser 75% inútil, eu esperava uma porcentagem menor da faculdade.

Tenho várias ideias de como melhorar tudo isso e ninguém com poder suficiente para mudar as coisas disposto a me ouvir. Se alguém quiser se juntar a mim para trocar ideias e elaborar um projeto reestruturando o sistema educacional e revolucionar o método de ensino mundialmente, por favor me procure. E eu falo sério.