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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Educação, por favor.

Ontem minha mãe apareceu em casa cheia de revistas e entre elas tinha uma Istoé Dinheiro. Como estou tentando ganhar algum, resolvi folhear. Eis que encontro o seguinte, na sessão Bate-Papo:

"É preciso se discutir se as agências brasileiras têm tido convicção de arriscar em criatividade. Existe um discurso de que as empresas estão se voltando para campanhas de engajamento, mas as faculdades continuam formando pessoas que saem apenas com o conhecimento de fazer campanhas de tv e anúncios simples." Marcelo Lenhard, fundador e CEO da Hands.

Essa frase sublinhada denuncia o que eu venho reclamando desde que comecei a pensar sobre o assunto: Nosso sistema educacional é arcaico, ultrapassado, atrasado, ignorante e alienado. E isso se reflete nos alunos que dele saem e que nele estão.

Nunca gostei da escola. E agora não gosto da faculdade. Este meu quarto semestre está parecidíssimo com o terceiro semestre. Alguns trabalhos são iguais. Tenho um excelente professor que costuma dizer a verdade: agências de publicidade costumam contratar designers para a criação, não publicitários.

A faculdade de publicidade não oferece o suporte necessário para que a pessoa saia preparada para entrar na área de criação de uma agência de publicidade. Não oferece o conhecimento técnico necessário. Só nos enchem com teorias e nenhuma prática, mas o mercado de trabalho exige prática e, se a faculdade, teoricamente serve para nos preparar para esse mercado, ela está falhando - e muito - na sua principal tarefa.

Quem está cursando publicidade visando entrar em uma boa agência, sairá prejudicado - a menos que busque cursos técnicos a parte. Mas e quem não pode, por qualquer motivo, fazer esses cursos? A universidade não deveria proporcionar o mínimo suporte necessário para a formação profissional de uma pessoa?

Pensando nisso, e em várias questões consequentes, eu me pergunto até que ponto a faculdade vale realmente a pena em certas áreas. Cursos extras são necessários, sim. Mas não deveriam se tornar obrigatórios para cobrir disciplinas que deveriam estar nas grades das universidades.

Educação no Brasil é um problema sério. Porque, parafraseando um professor, educação não dá voto. Mas mais ônibus sim. A política de manutenção do poder está destruindo as oportunidades de crescimento do país. A principal delas é a esquecida educação, jogada às traças e ao "jeitinho".