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sábado, 25 de fevereiro de 2012

olhe para cima

Eu costumava andar olhando pra baixo, costas encurvadas e segurando/abraçando alguma coisa, tentando me esconder dos olhares que por mim passavam. Eu costumava ter uma vergonha imensa de ser vista, então esse era meu jeito de ser invisível - ou pelo menos fingir que era.

Com o passar dos anos - e nem tantos assim foram necessários - esse jeito retraído de andar e comportar me rendeu uma escoliose e muita dor nas costas. Mas muito mais além disso, eu percebi que me escondendo do mundo, eu deixava de ver e observar o que estava a minha volta. Quando eu resolvi andar "do jeito certo" e levantar a cabeça pude perceber muitas coisas que sempre estiveram no meu caminho mas eu nunca tinha visto estando ocupada demais olhando para o chão. 

Hoje, andando na rua, eu vejo pessoas andando assim. Aí eu me lembro de olhar, não para frente, mas para cima. Ninguém anda olhando pra cima, ok. Mas é aí que muita gente perde a chance de ver as coisas num ângulo diferente. 

Então eu deixo aqui uma ideia: OLHE PARA CIMA. Aposto que tem muitas coisas divertidas ou interessantes esperando para serem observadas. Há algo interessante em tudo. Levante os olhos da tela do computador por um instante. Olhe pela janela. Observe o céu, os prédios, dê formato às nuvens. É uma bela distração. 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O que você vai ser quando crescer?

Não sei o número exato de vezes que ouvi essa pergunta quando era criança - e nem acho que alguém esteja realmente interessado em saber. Só sei que foram muitas e, com o passar dos anos, minhas respostas variaram desde policial até estilista. Ano passado precisei escolher uma futura profissão de verdade. A pergunta se transformou em "o que você vai prestar?" e durante os últimos três anos minha resposta foi a mesma: publicidade e propaganda.

Semana passada deu início a minha nova rotina - bem cansativa por sinal. Já tenho alguns "livrinhos" pra ler e não sei qual hora do dia é melhor para lê-los (essa palavra existe? rs). No twitter pude começar uma certa novela em busca do "divo do transporte público" e meu facebook já contabiliza alguns amigos novos, o que me deixa muito feliz. Adoro conhecer pessoas novas!

No entanto, minha última sessão com a psicóloga me ajudou a compreender o motivo da minha tristeza inexplicável da última semana: transição. O que me surpreende diante tal conclusão é o fato de ter mudado de escola nove vezes em 17 anos e nunca ter enfrentado nada parecido com "tristeza de transição". Seria esse um sinal de minha destinada velhice?

Essa minha nova fase me obriga a escrever frases breguinhas (nova fase é um exemplo) e viver sem saber o que esperar do futuro - não que eu soubesse antes, mas até agora não tinha muita importância. Eu sinto falta dos meus amigos antigos, continuo detestando a escola (mesmo que eu já tenha dado adeus ao ensino médio), tenho um cartão de crédito e procuro alguma atividade lucrativa. Estou cada vez mais dentro do que eu chamo de protocolo da vida.

O tal do protocolo da vida começa quando nos fazem a pergunta que dá título ao post aos cinco anos de idade. Médico, piloto de avião, cientista.. as profissões estão nos brinquedos. É o protocolo que o sistema nos obriga a seguir. Entrar na faculdade é a fase três, eu diria. Eu espero encontrar a porta de saída desse protocolo em cinco anos. Até lá, continuarei sem a resposta.

O que eu vou ser quando crescer?