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terça-feira, 1 de novembro de 2011

sobre incontinência verbal e sinceridade extrema

Segunda feira eu comprei uma Superinteressante, aquela da capa do autocontrole. Mas teve outra coisa que me chamou a atenção, no cantinho superior direito da página: "50 dias sem mentira".
Fui ler a tal reportagem e resolvi testar a tal da honestidade radical de que se tratava. O objetivo era só falar a verdade, sem mentir. Eu me considero uma pessoa bastante sincera, embora uma mentirinha ou outra escape de vez em quando. Mas meu teste não durou muito - menos de 24 horas, eu admito. Se o problema da mentira é que quando você conta uma, acaba tendo que contar outras, num ciclo infinito, sendo escravizado por ela (ok, menos), meu problema com a honestidade foi o mesmo. Pelo menos até agora.

Meu objetivo era ficar uma semana falando a verdade, mas este segundo dia me fez repensar o assunto. Acho que falei demais. Ok, tudo se baseia num certo controle de informações, e às vezes esse controle dá lugar a uma pequena distorção dos fatos, uma mentirinha então. Na minha empolgação por falar a verdade acabei falando demais, mas não tinha como esconder, era uma pergunta direta do tipo sim ou não e não havia escapatória: ou eu mentia ou eu falava a verdade. Falei a verdade. Acho que, se a pessoa voltar a falar comigo, vai demorar um tempinho - o que me deixa triste porque.. bom, é uma pessoa importante pra mim.

O fato é que às vezes precisamos de uma mentirinha aqui e outra ali pra seguir vivendo sem grandes problemas. É quase um instinto de sobrevivência. E, sem querer pagar de defensora da mentira nem nada, mas a mentirinha só causa um problema quando é descoberta.. por esse raciocínio, pode-se dizer que o que causa um problema é a verdade. Claro, existem casos e casos. Mas na minha situação de hoje eu deveria ter escolhido "não" ao invés de "sim" e eu ainda teria uma amizade quase inabalada. Eu sei, tô pensando demais no assunto.

Ah! Resolvi continuar sendo sincera. Mas como quase sempre: na medida certa.

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